Schwarze Poesie - Poesia Negra
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Schwarze Poesie - Poesia Negra

Afrobrasilianische Dichtung der Gegenwart | Portugiesisch - Deutsch

  1. 200 pages
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Afrobrasilianische Dichtung der Gegenwart | Portugiesisch - Deutsch

About this book

"Dieses Buch ist ein Glücksfall. Würde ich von einem jungen Leser, der sich zum ersten Mal an die brasilianische Literatur der Gegenwart wagt, gefragt werden, womit er beginnen soll, ich würde ihm nachdrücklich diesen Band empfehlen. Und auch allen Liebhabern lateinamerikanischer Literatur, die gerade einen brasilianischen Roman lesen, möchte ich zurufen: Unterbrecht eure Lektüre, und setzt sie erst fort, nachdem ihr dieses Buch in euch aufgenommen habt, vom ersten bis zum letzten Wort, vorab die hellsichtige, erhellende, eingehende Einführung der Herausgeberin.Zeugenaussagen von höchster Aktualität: als Selbstgespräch, Zwiegespräch, Anrufung, poetischer Aphorismus, Sekundengedicht. In allen Tonfarben und Farbtönen, Stimmlagen: spöttisch, sarkastisch, zornig, sanft, liebevoll, sehnsüchtig. Ein Lesebuch, ein Lehrbuch, das mit einem Schlag die gelesenen Bücher dieses Kontinentlandes in ein deutlicheres Licht, in eine weitergespannte Dimension stellt.Die Selbstfindung des schwarzafrikanischen Brasilianers in seiner unfreiwilligen zweiten Heimat ist das überwältigende Thema dieses überwältigenden Buchs. Jedes Gedicht ist ein Schlüssel, ein Zeichen, ein Ausrufungszeichen, ein Memento an die Konquista. Was für eine Lehre für die Leser der Ersten Welt." (Curt Meyer-Clason)Der Band enthält ein Interview mit Cuti, dem wichtigsten Vertreter afrobrasilianischer Dichtung, das Renate Heß 2012 mit ihm führte.

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Information

Publisher
Edition diá Bln
Year
2013
eBook ISBN
9783860345269
Topic
Literature
Subtopic
Poetry
Index
Literature
Poemas

Oferenda

Gabe

Leva
a lava leve de meu vulcão
pra casa
e coloca na boca do teu
se dentro do peito
afogado estiver de mágoa
O fogo de outrora
do centro da terra
virá sem demora
Porque não há
por completo
vulcão extinto no peito

Ferro

Eisen

Primeiro o ferro marca
a violência nas costas
Depois o ferro alisa
a vergonha nos cabelos
Na verdade o que se precisa
é jogar o ferro fora
é quebrar todos os elos
dessa corrente
de desesperos

Perguntas

Fragen

Quem conhece meus Nilos de dentro
meus rios
raízes que regam felizes
a carne do Brasil?
Quem conhece meus rios
meus cios
sonhadas carícias de vida melhor?
Aquele que sabe
do sabre que corta na minha garganta
a voz dos meus rios
não sabe a denúncia tão cheia em meus olhos
não sabe da quebra de pontes
das fontes violentas que rasgam feridas na terra?
não sabe da febre agitada do mar
depois da viagem em meu transe atlântico
há tempos atrás?
Quem conhece as águas doces do meu canto
salgadas do meu pranto
e as correntezas do fundo
dos meus rios
que engravidam o mar?

Medo Medular

Angst bis ins Mark

Todo mundo tem medo
da vingança do preto
até o preto.

Convite

Einladung

Ouça bem o que parece silêncio
e sinta a unha o punho
o porrete
o corte a forca o soco
na nossa vida vibrando há séculos
aqui
Ouça bem o que parece silêncio
e sinta a dor o frio
o penetrante gemido
que nos picota as entranhas
E para saber melhor
entre
afaste do nosso rosto
o cipoal de desprezo, sarcasmo e disfarce
que nos puseram na porta
bem posto
E seja bem vindo
ao nosso quarto de gritos
achados e perdidos
Tenha bondade
sente no meio da mocidade
ou se quiser
não se acanhe
sente no meio dos velhos e antepassados
Ouça bem o que parece silêncio …
o choro da cantiga de ninar a dor …
Ouça bem …
e pergunte se há racismo no Brasil.

Vento

Wind

Vem da África
soprando a gente por todos os poros do mundo
Vem de lá
Vem do chão
do vulcão
na maré
esse vento de fé
Vem
Vem do calor uterino da terra …
estufa a vela negra …
Não há calmaria.
Os troncos de açoite flutuam nas ondas dos fatos
que o vento agita no prato cheio do século
Vem no mar
Vem no ar do olhar
Vem no sol
Vem no solnos soltando
em sustos adocicados e sorridentes
das presas...

Table of contents

  1. Über dieses Buch
  2. Die afrobrasilianische Dichtung der Gegenwart
  3. »Die Sklavenhaltermentalität ist nur scheinbar beendet.« Ein Gespräch mit Cuti 2012
  4. Cuti
  5. Oliveira Silveira
  6. Adão Ventura
  7. Oswaldo de Camargo
  8. Éle Semog
  9. José Carlos Limeira
  10. Paulo Colina
  11. Abelardo Rodrigues
  12. Lourdes Teodoro
  13. Miriam Alves
  14. Geni Guimarães
  15. Márcio Barbosa
  16. Jônatas Conceição da Silva
  17. José Alberto
  18. Jamu Minka
  19. Arnaldo Xavier
  20. Originaltexte
  21. Glossar
  22. Quellennachweis
  23. Biografische und bibliografische Notizen
  24. Verzeichnis der Gedichte
  25. Índice dos Poemas
  26. Impressum